[avaliação] Chevrolet Cobalt automático contorna falhas com novo câmbio

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Chevrolet Cobalt automático contorna falhas com novo câmbio, mas ganha outro problema

Confortável, sedã peca por não ter um trem de força eficiente para o uso diário



A chegada do Chevrolet Cobalt 1.8 automático ao mercado cobriu, de uma só vez, duas deficiências do sedã perante a concorrência: a ausência de um motor mais forte e de um câmbio que trocasse as marchas sozinho. Na prática as novidades não sanaram algumas das falhas presentes no sedã, mas dão força ao modelo que entrou em 2013 como líder de sua categoria.

Os motivos para as boas vendas estão logo no momento em que você entra no Cobalt: com 2,63 m de entre-eixos, ele oferece espaço interno de sedã médio, permitindo que os passageiros do banco de trás cruzem as pernas. A mesma pujança acontece no porta-malas, com vultuosos 563 litros de volume, dando um banho em absolutamente todos os carros da Chevrolet no Brasil.

Velocidade e força

O Cobalt leva quatro adultos com conforto de sobra (e cinco sem muito aperto) e suas bagagens com fôlego para encarar subidas — mas não muito rápido. A explicação está no motor escolhido pela Chevrolet para equipar o carro, e a forma como ele foi calibrado.

Com mais de vinte anos de Brasil, o 1.8 que empurra o sedã gera apenas 108 cv de potência, número modesto até mesmo diante de outros propulsores aspirados: o 1.6 do HB20, por exemplo, tem 128 cavalos. O motivo está no projeto do motor: sem recursos modernos para economizar combustível, o 1.8 foi “estrangulado” para não transformar o dono de um Cobalt automático em sócio da Petrobras.

Ao mesmo tempo a reprogramação da injeção otimizou o torque do motor, refletindo na força de sobra que o Chevrolet tem para arrancar de semáforos e encarar ladeiras, mesmo com o ar-condicionado ligado. A ação da fabricante se baseia na máxima de alguns mecânicos: “brasileiro compra potência, mas usa o torque no dia-a-dia”.



Diálogo intrincado

Espaçoso, “forte” e com um preço equivalente ao da concorrência. Isso faria do Cobalt a melhor compra no segmento – o verbo está no futuro do pretérito porque o modelo ainda tem falhas diante da concorrência. E a principal delas está justamente em seu maior diferencial.

Usado também no Sonic, Spin, Cruze e, em breve, no Onix, o câmbio automático de seis marchas é exclusivo na categoria. Porém não é só de números que uma transmissão se destaca, e ao andar no Cobalt você entende o porquê.

De funcionamento irregular, a transmissão parece não conversar direito com o motor: você pisa fundo no acelerador e precisa esperar preciosos segundos para que o câmbio reduza as marchas necessárias. O modo sequencial (comandando por botões nada práticos na própria alavanca) melhora um pouco a situação, mas não resolve. Diante dos rivais o Cobalt supera apenas a dupla automatizada Voyage e Grand Siena, mas fica aquém do Logan, que apesar de ter um câmbio automático com duas marchas a menos, tem funcionamento mais suave.



Bom e ótimo

Se fosse necessário resumir o Cobalt automático em uma daquelas fichas de avaliação do consumidor, o quadradinho a ser pintado seria o de “bom”. Para chegar no “ótimo” o Chevrolet ainda precisa contornar algumas deficiências, melhorando o funcionamento do câmbio e o acabamento interno, que ainda tem rebarbas e peças mal-encaixadas. Uma atualização poderia incluir também a adoção do MyLink, equilibrando forças com o Logan e seu sistema de GPS MediaNav com tela sensível ao toque. Se isso for feito, o Cobalt não só será líder de sua categoria como pode se tornar a nova referência para seus rivais.

Publicado em 13/04/2013 no portal R7.